sábado, 2 de outubro de 2010

Dificuldades no ensino de Química




Juarez Martins Kozenieski


Introdução


No período de estágio, em que, ao organizar o trabalho de ensino, o aluno- estagiário também aprende, é possível observar o comportamento dos alunos durante as aulas, percebendo suas atitudes, suas expressões, sua motivação, a sua capacidade de entender o conteúdo durante o trabalho em aula.
Assim, é possível perceber que muitos alunos apresentam dificuldades de aprendizagem, as quais podem estar relacionadas a muitos fatores como a família, a atividade profissional, a influência dos colegas, o trabalho realizado pelo professor e a estrutura disponibilizada pela escola, entre outros.
Na sala de aula, principalmente nas escolas públicas, pode-se perceber uma divisão entre os alunos que querem aprender e os que não se interessam por nada do que está sendo proposto para estudo. Nessa divisão, os alunos que apresentam interesse, em geral, participam das aulas, fazem as tarefas solicitadas, prestam atenção durante as explicações de conteúdo, participam de atividades práticas, não fazem barulho, estudam para as avaliações e não atrapalham os colegas.
 Por outro lado, os alunos que apresentam desinteresse, mostram uma situação contrária, pois tumultuam a sala de aula, conversam durante as aulas, escutam algum tipo de som (mp3 etc.), falam ao telefone, não executam as tarefas solicitadas e acabam atrapalhando os alunos interessados.
 A justificativa para esse comportamento dos alunos desinteressados pode estar relacionada a vários fatores, associados diretamente à escola, que não realiza aulas diferenciadas e contribui pouco para o entendimento por parte dos alunos. Também pode estar associado à situação social e familiar dos alunos, que exige que o mesmo tenha atividades profissionais desde cedo. Muitos dos alunos frequentam a escola por obrigação, trabalham durante o dia, faltando tempo necessário para estudo, de modo que, quando vêm nas aulas, não conseguem acompanhar o trabalho proposto de modo produtivo.
O ensino de Química é muito complexo, os conceitos são abstratos e difíceis de serem ensinados, principalmente aos alunos do primeiro ano do ensino médio. Por isso, busca-se planejar um trabalho de modo contextualizado e relacionado ao cotidiano dos alunos, o que pode contribuir para aumentar o seu interesse.
Na escola, alguns professores estão abertos a mudanças, à possibilidade de reformulações de conteúdos e dos métodos de ensino. Outros tentam acompanhar tais mudanças, mas inovam pouco. Há aqueles que estão totalmente fechados a mudanças, praticando um ensino tradicional, o qual exige dos alunos apenas memorização de fórmulas e conceitos, que, posteriormente, são cobradas nas provas, traduzindo o resultado do que o aluno aprendeu em nota. O que deve ocorrer para mudar essa situação?
Atualmente, em algumas situações, principalmente nas escolas públicas noturnas, há uma diversidade muito grande de alunos, com idades bastante heterogêneas. Além disso, muitos deixam de estudar enquanto jovens, por vários motivos, e depois de adultos ao perceber que a formação escolar é necessária, acabam retornando às escolas para recuperar essa formação.  Para atender especificamente a essa situação, mudanças educacionais são necessárias, devendo-se pensar na reformulação do ensino, visando à formação mais adequada dos alunos, envolvendo atividades relacionadas ao cotidiano, por meio de pesquisas e de resolução de problemas relevantes para os alunos.
Nesse sentido, é importante superar os procedimentos tradicionais de ensino, tornando as aprendizagens mais significativas para os alunos. Por isso, propõem-se algumas alternativas no presente artigo.

Uma proposição para o ensino de Química

Um modelo de aula mais adequado para o ensino de Química necessita estabelecer um elo entre a teoria e o cotidiano, visando à sua compreensão, à motivação e à participação efetiva dos alunos. As aulas práticas não servem apenas para ilustrar os conceitos teóricos, pois são ferramentas para a construção do conhecimento e a formação de novos conceitos. O aluno constrói conhecimento quando indaga o cotidiano.
O professor, por sua vez, necessita orientar os alunos colocando-se como mediador entre eles e o objeto de conhecimento, por meio da linguagem.
A avaliação é uma ferramenta para contribuir para a formação e, por isso, necessita estar centrada na produção de cada um, visando não apenas à nota, mas à evolução do conhecimento construído durante o trabalho em aula.
É importante que o aluno produza textos nas aulas. Desse modo, estará construindo seus fundamentos teóricos, estabelecendo relação com a prática.
 
As aulas diferenciadas auxiliam os alunos

As aulas expositivo-dialogadas são muito utilizadas no ensino tradicional, no qual o professor escreve no quadro de giz e vai explicando o conteúdo. É a forma clássica de ensino, que tem por fundamento a abordagem empirista da aprendizagem.  Por isso, é necessária uma reflexão dos professores para superar esse modo de ensinar, qualificando-o. Espera-se que o aluno não aprenda mecanicamente os conceitos, mas que consiga estabelecer relações dos significados presentes nos conteúdos, em relação ao que está sendo proposto. É importante também que, além da participação e das possíveis aprendizagens dos alunos em torno do conteúdo de ensino e aprendizagem, ocorram reflexões sobre a idéia em discussão por parte dos alunos com vistas a sua construção do conhecimento.
Para isso, as aulas poderiam ter as seguintes características: O aluno é motivado a participar ativamente, buscando entender o que está acontecendo a sua volta; A forma de aprendizagem é mais efetiva, na medida em que o aluno visualiza e faz relações entre as suas vivências e o que está sendo estudado, evitando a simples memorização dos conteúdos.
            Pela relevância desse assunto procedeu-se a sua investigação, com a preocupação de identificar os principais problemas que os professores encontram no seu trabalho, o qual pode ser expresso por meio da seguinte pergunta: Quais as dificuldades que os professores de Química do ensino médio enfrentam no ensino dos alunos
O problema surgiu do seguinte fato. Ao realizar uma aula sobre modelos atômicos em uma escola pública noturna, junto aos alunos, foi observado que os alunos não prestavam atenção ao conteúdo explicado. O material didático utilizado para a apresentação do conteúdo apesar de estar muito bem formulado e revisado não continha situações que pudessem promover o interesse aos alunos. Eles, por sua vez, falavam muito entre si, não esperando a complementação da idéia e a esquematização apresentada no quadro de giz.
Um dos motivos desse desinteresse pode estar relacionado à complexidade do conteúdo, pois é importante que o aluno acompanhe, imaginando, o que é explicado sobre os átomos e prestar muita atenção na evolução dos modelos para o entendimento do tema. Necessita aprender a diferenciar os diversos modelos e suas características.
Apesar da utilização de desenhos e figuras apresentados para a ilustração da idéia, não se consegue que o aluno aprenda a associação entre a teoria e o que o aluno é capaz de visualizar. 
Por isso, é necessário encontrar alternativas metodológicas para que o aluno tenha interesse em participar no conteúdo que está sendo estudado, fazendo com que ele se questione sobre o tema de estudo. É necessário buscar respostas ao que está acontecendo para tentar entender os momentos da evolução atômica, propondo atividades para que os alunos estejam envolvidos na construção do seu próprio conhecimento a partir das informações e das observações do que é possível visualizar.
Um procedimento prático para o aluno aprender é fazer exercícios em que ele próprio consiga construir a teoria do que está sendo ensinado, seja por meio de uma aula prática, uma música, um vídeo, de modo que faça o aluno ter atenção durante a aula
Para buscar respostas ao problema, procedeu-se do modo descrito a seguir.

Metodologia de pesquisa

Durante as aulas realizadas foram utilizados vários métodos para coleta de dados para a pesquisa, dentre eles destaco os que foram usados durante o estágio:
- entrevista com os professores da turma;
- questionário com os alunos realizado ao final do estágio;
- caderno de anotações, no qual eram feitos relatos sobre as ocorrências durante as aulas, identificando os problemas;
- questionário com os demais estagiários da Licenciatura em Química, por meio do fórum do Moodle da disciplina;
- analise de artigos sobre o assunto para identificar trabalhos sobre o assunto.

Resultados
Por meio da análise dos instrumentos foi possível identificar as principais dificuldades que os professores de Química enfrentam durante as aulas.
Na entrevista com os professores foi possível identificar alguns motivos da falta de disciplina, das conversas durante as aulas, da dificuldade de aprendizagem, da falta de atenção, da insegurança, dos alunos diferentes que vêm a cada aula, dos problemas familiares, de os professores das outras disciplinas apresentaram problemas e das dificuldades similares às visualizadas durante o estágio, mostrando que não é apenas na disciplina de Química que são identificadas dificuldades durante as aulas.
A análise do questionário mostrou coerência em relação às respostas dos professores, pois os problemas de conversas durante as aulas foram novamente reconhecidos. Também referem à falta de atenção, sobre o que os próprios alunos fizeram ressalvas em relação aos colegas que fazem muitas brincadeiras e atrapalham a atenção dos que estão interessados em aprender durante a aula.
Nas anotações do caderno a falta de atenção foi o que mais se destacou, pois a turma não se empenhava em fazer silêncio, também foi verificado que os alunos não aprendem quando o professor não tem uma expressão clara nas suas explicações, clareza e objetividade nos conteúdos são de suma importância para um ensino qualificado .
Nos depoimentos dos estagiários, também foram apresentadas questões similares, tais como o barulho em sala de aula e as conversas entre os alunos, apesar de estarem em outras escolas e com outras turmas de alunos, foi identificado que as dificuldades apresentadas aparecem com muita semelhança, vemos então que o problema não é unicamente de uma turma ou escola, mas ligado à sociedade, a cultura e até mesmo a família.
Na Internet foram encontradas citações de trabalhos sobre a questão de problemas de um modo mais generalizado. Foi referido que professores descrevem problemas no seu trabalho relacionados a fatores externos à sala de aula, ou seja, não envolvem nem aluno nem professor”. (CERQUEIRA, BOF, 2009,).
Portanto, destaca-se a falta de interesse, pois pode ser observado com frequência que os alunos estão envolvidos em outros assuntos, que não são da aula. Por isso, não há aprendizagem ou esta é reduzida, pois apesar das tentativas freqüentes em retomar os conteúdos em aula não há muito sucesso.
O desvio de atenção é muito freqüente, pois o aluno distorce a aula, às vezes até atrapalhando os colegas que estão interessados em aprender e fazendo com que tenham um baixo rendimento escolar.
Isso pode estar relacionado com a desvalorização profissional do professor, pois isso é o que direciona a atuação do professor em sala de aula, refletindo-se diretamente à aprendizagem dos alunos. Em geral, a situação dos professores é caótica, pois as turmas são cheias de alunos e há sobrecarga de horários, baixa remuneração, dificuldade no acesso as escolas e infra-estrutura inadequada para um trabalho melhor.
 Quais as possíveis soluções e alternativas para as dificuldades identificadas, visando à construção de um modelo educativo mais adequado ao ensino de Química que proporcione aprendizagens significativas?

Conclusão

É importante que os professores estejam abertos às mudanças para um modelo de ensino participativo e ativo, vivenciado com uma qualidade de aprendizagem superior à tradicional, sem distorção na formação do conhecimento dos alunos, identificando o caráter de construção e participação de alunos e professores.
Os alunos, por sua vez, devem estar conscientes de que é necessário aprender, pois com o estudo se pode ter diferenças na situação social, na medida em que, com o estudo, se pode adquirir o conhecimento das causas e a superação de situações diversas da vida.
 “ O conhecimento realiza-se através de construções contínuas e renovadas a partir da interação com o real",( Piaget, J 1977). Partindo desse principio entendemos que a assimilação e a adequação de algo que vimos antes, nos da condição para a construção e formulação das estruturas seguintes. Se, entendermos a realidade como sendo o mundo que esta ao nosso redor, com o qual o aluno lida no dia-a-dia, perceberemos a importância do cotidiano na formação e construção do conhecimento e aprendizagem.
Neste aspecto, sabemos que é interagindo com cotidiano que os alunos vão gerar seus primeiros conhecimentos químicos.

Referências

CERQUEIRA, Ana Paula Lima; BOF, Camila. Os professores e os problemas enfrentados na profissão. Disponivel em: http://sec.sbq.org.br/cdrom/30ra/resumos/T1073-2.pdf. Acesso em: 26 jun. 2009
PROMOVIDO PELA REDE IRES (Investigación y Renovación Escolar). Não é verdade-Manifesto pedagógico. Disponível em: http://www.firmasonline.com/1firmas/camp1.asp?C=1821pdf. Acesso em: 02 jul.2009
GARCIA, Rosângela Maria, Comportamentos agressivos e ações educativas no cenário escolar , Diss. (Mestrado em Educação) - PUCRS, Fac. de Educação 2006, 139 f

QUIMICA NOVA,Explorando a motivação para estudar química , vol.23 n.3 São Paulo Maio/Junho 2000. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422000000300018. Acesso em: 05 julho de 2009.


domingo, 26 de setembro de 2010

Educação a Distância - Trabalho do grupo 3 Inserção EAD 5ª .Edição

- Conceito
Educação à Distância é o método de ensino-aprendizagem no qual a comunicação entre professor e alunos não se dá, necessariamente, de forma simultânea, nem há presença física em um local pré-determinado. A interação ocorre, entre outras técnicas, por meio de remessa postal dos materiais didáticos (textos, apostilas, etc) ou com uso dos recursos de informática, como mensagens eletrônicas, vídeos, chats,fóruns,arquivos de textos em um Ambiente Virtual.
- Características
- o professor interage com o aluno em ambiente virtual;
- a comunicação/interação pode ser feita entre professor/alunos e alunos/alunos através das TICs;- realização de atividades em locais e horários diferentes para cada aluno (assíncronas);
- participação através de recursos diferentes do presencial (fórum de bate, vídeo-aulas, ambientes virtuais, novas tecnologias);

- permite, dependendo de políticas de gestão, acesso mais democratizado à educação formal, na medida em que pode atingir populações isoladas geograficamente.
- Histórico
A Educação À Distância surgiu no final do século XIX, início do século XX, com o ensino por correspondência, onde os textos eram reproduções escritas das aulas presenciais tradicionais, não existindo nenhuma especificidade didática com este tipo de material. A comunicação entre professor e estudante era textual e assíncrona. O rádio e a televisão foram usados como meios de apoio. Em meados dos anos 90, com a disseminação das tecnologias de informação e de comunicação, começam a surgir programas oficiais e formais de EAD, incentivados pelas secretarias de educação municipais e estaduais, algumas iniciativas isoladas e outras em parceria com universidades. Os primeiros programas formais, criados sob a ótica de regulamentação da década de 90, eram voltados para a Formação Continuada de Professores da Rede Pública. As iniciativas de oferta de cursos Lato Sensu, cursos de extensão e cursos livres marcam o inicio da educação em ambientes Virtual de aprendizagem no Brasil.
- Vantagens
- flexibilidade para escolher onde e como estudar;
- possibilidade de realizar cursos oferecidos em locais distantes do domicílio do aluno;
- economia de tempo e dinheiro, pois não é necessário o deslocamento até a sede de um curso presencial;
- oportunidade de conhecer novas pessoas de diferentes localidades/culturas/profissões e trocar informações e experiências, o que enriquecerá o processo de aprendizagem, visto que alguns aspectos da vivência profissional variam muito de uma região para outra no nosso país;
- autonomia individual de estudo, proporcionando uma maior responsabilidade bem como enriquecimento pessoal e profissional.
- Desvantagens
- exige maior disciplina do aluno do que no curso presencial;
- eventuais atrasos em etapas do planejamento tornam-se praticamente irrecuperáveis;
- oferece maior dificuldade para alunos com idade inferior a 24 anos, para quem o ambiente universitário oferece oportunidade essencial de convívio social e cultural, como aponta João Vianney Valle dos Santos, autor de diversos livros sobre EAD, em entrevista à Revista Nova Escola, Ed. 227, nov. 2009;
- as dúvidas do aluno de EAD não podem ser respondidas tão rápido quanto em um curso presencial;
- o elevado número de alunos - entre 97 e 77 por tutor, segundo Alda Carlini, assessora pedagógica do Laboratório de Educação À Distância do Departamento de Informática em Saúde (DIS) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - nem sempre possibilita uma resposta qualificada ao aluno, no tempo necessário.
- Requer que o aluno tenha as ferramentas tecnológicas compatíveis para a realização do curso em EAD.
Tendo em vista que os elementos centrais do ensino virtual são a comunicação mediada por computador, o ensino à distância, a comunicação síncrona e assíncrona e as interações colaborativas e, diante do exposto, fica evidente que uma das diferenças entre essa modalidade e a presencial é a necessidade / possibilidade de se explorar uma nova abordagem pedagógica. No contexto da EAD é importante que todos tenham consciência de seus papéis para o sucesso deste tipo de aprendizagem.
No que tange as diferenças entre cursos presenciais e virtuais.Poderemos começar pontuando o papel do aluno e logo após o papel do professor:

1 - O papel do aluno
Do ponto de vista de desenvolvimento e construção do conhecimento, deveria ser o mesmo tanto em cursos presenciais quanto cursos virtuais,mas o que vimos não é isto.Parece que nos cursos virtuais o aluno fica mais exposto e a sua postura participativa também conta na sua avaliação.No curso presencial, como a própria professora narrou em um vídeo dado, o aluno pode não participar se assim o desejar.A sua avaliação será feita através de uma prova e ou um trabalho apenas, em alguns casos a sua participação não tem um peso grande na avaliação final. É Claro que o ideal seria que todo aluno tivesse comprometimento com seus estudos. Este é o sonho de todo professor. Mas,não podemos desconsiderar que o aluno de EAD, via de regra, está nessa condição por opção, porque é do seu interesse, enquanto que o mesmo nem sempre acontece com o aluno presencial. Nesse último caso, percebe-se cada vez mais o aluno "presente por inércia", aquele que vem à aula porque está na sua agenda, porque é aquilo que está previsto em sua rotina para aquele momento, mas isso não significa necessariamente uma participação ou aprendizagem qualificada.  

2 -O Papel do Professor frente à nova modalidade de Ensino
   Uma vez que no ensino virtual o próprio aluno é responsável pela construção do conhecimento, o professor deverá ser encorajador,motivador, disponibilizar material para estudo, promover debates sobre o conteúdo fornecido,fornecer ajuda quando solicitado, dar feedback sobre os trabalhos realizados, ter visibilidade, ser atento as dúvidas e dificuldades dos alunos. É claro que para que isto ocorra, este professor presencial, deverá receber uma capacitação para EAD, oportunizar ao professor a visão de aluno EAD, Oportunizar a visão de um tutor à distância, capacitar o professor na elaboração de material instrucional e gestão de disciplinas, estabelecer prazos para a conclusão de todo material instrucional, auxiliar o professor no gerenciamento da disciplina e avaliar resultados e propor melhorias ao material instrucional. Na EAD o universo da sala de aula passa a ser mais complexo para o professor/tutor visto que se utiliza um ambiente virtual de aprendizagem (AVA) no qual envolve inúmeras funções pedagógicas ao mesmo tempo e que requer do  professor/tutor um maior dinamismo de suas funções.
As interações acabam sendo mais efetivas, simultâneas, "rizomáticas", na metáfora de Deleuze e Guattari e, portanto, se estabelece aí, ainda que pareça paradoxal, uma tentativa do professor de EAD de conter o possível  descontrole que estará sempre ali, espreitando. Por isso, a necessidade do regramento, a contenção estabelecida na formatação preestabelecida dessas interações no ambiente. Claro que o regramento também ocorre no presencial, como uma forma de "controle" da turma / estímulo ao aluno, mas a necessidade de adaptação está posta na dinâmica da relação de ensino-aprendizagem que se dá de formas diferentes nos dois sistemas. Aliás, falando-se na "perspectiva rizomática de apreensão do conhecimento, ao ser assumida como possibilidade didática exige que, em termos metodológicos, também se oriente a prática docente a partir de uma nova lógica" (KENSKI, 1999, p.13).
Ao longo deste processo muitos mitos e verdades foram sendo criados e para exemplificar podemos citar aqui alguns:
Mitos:
1- "A dedicação exigida é menor": Não só a dedicação exigida não é menor, como, tanto o professor quanto o aluno que "vêm do presencial para a EAD", precisam transformar profundamente seu modo de operar, seus procedimentos, a forma de construir o pensamento, enfim, a sua cultura. É preciso trabalhar com várias telas ao mesmo tempo, comunicar-se em chats e fóruns, retomar os textos lidos e as anotações feitas sobre essas leituras. Além disso, como lembra Kenski, falando sobre o Panorama da Sociedade Atual, em Novas Tecnologias, o Redimensionamento do Espaço e do Tempo e os Impactos no Trabalho Docente, hoje, com o ritmo imposto pelas TICs, estamos no tempo da velocidade e o 'formado' já não existe mais, tempos de estar todos "em permanente estado de aprendizagem e de adaptação ao novo". Vivemos um tempo em que se fala muito sobre a ductibilidade como uma qualidade e a flexibilização necessita ser rápida para que não se perca o momento para dar a resposta, pois a pergunta será outra no próximo instante fugaz.
2 - É ideal para quem tem pouco dinheiro:o custo de um curso a distancia, não é barato a formação dependerá principalmente por acessarmos as bibliografias sugeridas.Afinal seremos os únicos responsáveis pela construção do  nosso conhecimento.No curso presencial quem faz a ponte é o professor,muitas vezes.
Verdades:
1 - É preciso ter um bom computador e uma boa conexão de internet:
Realmente nos dias de hoje se você não tem uma maquina boa que te de suporte necessário é muito difíçil de acompanhar as aulas e realizar os trabalhos, o acesso a internet banda larga também é essencial
2- Quem é disperso não se dá bem :Baseada na mesma justificativa dada na afirmação anterior, o aluno é o grande responsável pelo o seu aprendizado, organizando seus horários de estudo e de realização das tarefas. Se este for disperso, acabará perdendo a concentração, perdendo-se no conteúdo e até mesmo deixando de fazer algumas atividades.